quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Síndrome Metabólica: união de fatores de riscos

Síndrome Metabólica união de fatores de riscos
Facilidades como a escada rolante, o elevador, o automóvel e o controle remoto, apesar de trazerem grande conforto, contribuem para o sedentarismo. E aliada à má alimentação e à falta de atividade física pode resultar em uma doença até pouco tempo ignorada: a síndrome metabólica.
Esse mal da vida moderna nada mais é que a associação de vários fatores de risco que amplia – e muito – o desenvolvimento de doenças ateroscleróticas cardiovasculares, entre as quais, o infarto cardíaco, o acidente vascular cerebral (AVC) e a morte súbita.
Diagnosticada pela primeira vez no final da década de 80 pelo médico Gerald Reaven, foi chamada ‘síndrome x’ e, mais tarde, de síndrome metabólica. Segundo o dr. Jairo Neubauer, cardiologista do Centro de Medicina Preventiva Einstein e preceptor de clínica médica da Escola Paulista de Medicina, as alterações metabólicas sempre existiram e, antes mesmo da descrição do dr. Reaven, já existiam relatos acerca da associação dos fatores de risco cardiovasculares que compõem a síndrome. Entretanto, somente no final dos anos 80 foi dada a devida importância a este cenário metabólico.

Homens são os mais atingidos

Segundo a International Diabetes Federation, um quarto da população adulta mundial tem síndrome metabólica. As principais vítimas são os homens com mais de 40 anos; entretanto, as mulheres não estão livres da doença – principalmente as que entraram na menopausa.
Um estudo realizado no HIAE com 3202 homens que realizaram checkup entre 2001 e 2003 apontou que 1000 deles - ou seja, mais de 30% - apresentavam a síndrome metabólica. “Os indivíduos estudados são os personagens típicos para a doença: executivos assintomáticos que não se exercitam adequadamente e têm hábitos alimentares irregulares. Consequentemente estão acima do peso, acumulando gorduras, principalmente na região abdominal”, explica o dr. Neubauer, responsável pelo estudo.
Quem desenvolve a síndrome, em princípio, não tem sintomas que possam sugerir uma visita ao médico. Quando os sinais começam a aparecer é porque a doença está em estágio avançado e perigoso. Para quem fuma e ingere bebidas alcoólicas com frequência, os riscos de impulsionar o avanço da doença são ainda maiores.

Como diagnosticar

A síndrome metabólica é atribuída a hábitos pessoais adotados: dietas hipercalóricas associadas ao sedentarismo. Essa combinação resulta em uma série de alterações metabólicas, como resistência à insulina – em casos mais avançados da doença pode-se desenvolver o diabetes –, elevação da pressão arterial e dos triglicérides, redução dos níveis do colesterol bom, além de obesidade abdominal.
Há dois critérios para diagnosticar a síndrome metabólica: o Adult Treatment Panel (ATP-III), da American Heart Association e o do International Diabetes Federation (IDF). A diferença entre eles é que a IDF coloca a obesidade abdominal como critério obrigatório, assumindo um valor de corte mais baixo se comparado ao adotado pelo ATP-III:
Critérios diagnósticosATP-IIIIDF
Glicemia> 100 mg/dl> 100 mg/dl
Pressão Arterial> 130/85 mmHg> 130/85 mmHg
Triglicérides> 150 mg/dl > 150 mg/dl
Colesterol Bom (HDL)Homens < 40 mg/dl
Mulheres < 50 mg/dl
Homens < 40 mg/dl
Mulheres < 50 mg/dl
CinturaHomens > 102 cm
Mulheres > 88 cm
Homens > 94 cm
Mulheres > 80 cm
Segundo a diferença para o diagnóstico, os critérios adotados são os seguintes:
IDF: Cintura + dois ou mais critérios ATP-III: Associação de 3 ou mais critérios
No Brasil, o critério adotado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia é o da IDF.

É possível prevenir

A melhor forma de prevenir a síndrome metabólica é manter alimentação adequada, rica em frutas, verduras e legumes, com pouca fritura e refeições de fast-food. Os exercícios físicos também são fundamentais. A recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que se pratique 30 minutos de atividade física – que pode ser fracionada ao longo do dia – pelo menos cinco vezes por semana.
Entretanto, se a pessoa apresenta alguns fatores de risco como obesidade abdominal e glicemia alta, o mais indicado é procurar um médico para avaliação. “Com diagnóstico precoce, é possível ter melhores resultados no tratamento da síndrome”, explica o dr. Neubauer.
A avaliação médica periódica é importante para acompanhar os níveis de colesterol, glicemia e triglicérides e se manter alerta caso os níveis estiverem aumentando. O cardiologista recomenda: todos os indivíduos acima de 20 anos devem passar por uma avaliação preventiva de rotina. A periodicidade das reavaliações dependerá das alterações encontradas neste primeiro rastreamento.
A chave do sucesso é o diagnóstico precoce e a conscientização do paciente sobre a importância dos seus hábitos de vida no desenvolvimento da síndrome. Assim, é possível reverter a instalação das alterações metabólicas cujo impacto no sistema cardiovascular pode ser devastador.
Publicada em junho/2007
Atualizada em novembro/2009

Fonte: http://www.einstein.br/espaco-saude/em-dia-com-a-saude/Paginas/sindrome-metabolica-uniao-de-fatores-de-riscos.aspx

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