
A constatação tem um gostinho ainda mais saboroso para as mulheres sobretudo aquelas que se aproximam ou já passaram da menopausa. São elas as principais vítimas da doença que promove o esfarelamento da massa óssea. Isso porque, nessa fase da vida, a queda da produção de estrogênio, o hormônio feminino, repercute na capacidade do esqueleto de repor as inevitáveis perdas diárias de minerais. Ele tem células que produzem e depositam material ósseo, os osteoblastos, e células que reabsorvem o material velho, os osteoclastos, explica a farmacêutica Renata Gorjão, pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo. Na doença, aumenta a atividade dos osteoclastos, completa ela, que é especialista em fisiologia celular. Sem a reposição, o desequilíbrio resulta em milhões de microburacos. Daí, uma topada pode ser motivo de fratura.
E o ômega-3 com isso? Ele conseguiria inibir a função desses osteoclastos, responde Renata. Em outras palavras, o ingrediente restaura o equilíbrio e, assim, breca o avanço da osteoporose. As mulheres que querem distância do problema ou que lutam para controlá-lo não devem se esquecer, portanto, de ingerir as fontes desse ácido graxo. O recado também vale para os homens eles estão sujeitos à osteoporose, mas a incidência é menor.
Para oferecer ao organismo e ao esqueleto a cota ideal de ômega-3, nem é preciso forçar a barra. Os peixes de água fria são as grandes reservas, e se você saboreá-los em duas refeições por semana... Já é o suficiente, diz o nutrólogo Celso Cukier, do Instituto de Metabolismo e Nutrição, em São Paulo.
Aliás, a pesquisadora citou uma das propriedades mais poderosas dessa gordura: impedir processos inflamatórios recorrentes. Essas reações do organismo são importantes para manter nossa defesa, mas, numa situação de desequilíbrio, tornam-se constantes e prejudiciais, diz a nutricionista Daniela Jobst, de São Paulo. Se ingerimos alimentos que favorecem inflamações, como óleos vegetais e produtos industrializados, um jeito de apaziguar tais respostas é garantir doses de ômega-3. Ele é um antiinflamatório natural, declara a especialista.
Além disso, cada célula do organismo tira, à sua maneira, uma casquinha da substância. É que, segundo o nutrólogo Celso Cukier, ela consegue se incorporar à dupla camada de gordura que forma a membrana celular, alterando e aprimorando as suas funções. Essa habilidade presta serviços tanto às unidades que formam o osso quanto às células do sangue. Ora, já sobram razões para convidar o ômega-3 a ingressar na sua mesa seja por meio de um salmão preparado com legumes no papillote de alumínio, seja por meio de um fumegante creme de espinafre. Permita que a mais nobre das gorduras distribua seus benefícios pelo corpo e ajude a tornar inabalável o esqueleto que o sustenta.
Fonte: http://saude.abril.com.br/edicoes/0300/nutricao/conteudo_288835.shtml
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